Linda Yaccarino deixou o cargo de CEO do X, plataforma anteriormente conhecida como Twitter, após dois anos liderando a empresa. A executiva não forneceu detalhes sobre os motivos de sua saída.
“Depois de dois anos incríveis, decidi deixar o cargo de CEO da X”, escreveu Yaccarino em um post no X na quarta-feira, 9 de julho de 2025. Ela agradeceu a Elon Musk por confiar a ela a responsabilidade de “proteger a liberdade de expressão, reerguer a empresa e transformar o X no aplicativo de tudo”.
Yaccarino afirmou estar “imensamente grata” a Musk por essa oportunidade e se disse “extremamente orgulhosa da equipe X” pelo “histórico processo de reestruturação” alcançado juntos. Ao anunciar sua saída, Yaccarino disse ainda que “o melhor ainda está por vir, pois a X entra em um novo capítulo com a @xai”, referindo-se à integração da plataforma com a empresa de IA de Musk.
Em resposta, Musk, que contratou Yaccarino em 2023 para sucedê-lo no cargo de CEO do X, escreveu apenas: “Obrigado por suas contribuições”.
Antes de assumir a liderança do X em 2023, Yaccarino trabalhou por mais de 20 anos em cargos de vendas de anúncios e marketing na Turner e na NBCUniversal, onde era a principal executiva de vendas de publicidade.
Inicialmente, Yaccarino não parecia ser uma alinhada às visões de Musk para o X. Mas depois de assumir o cargo, eles pareciam ter muita afinidade, inclusive se unindo em algumas questões polêmicas. Durante o primeiro mandato presidencial de Donald Trump, Yaccarino atuou em seu conselho de esportes e nutrição. Musk, um dos proprietários do X, era um grande aliado de Trump, até que o relacionamento entre eles se deteriorou recentemente.

O X/Twitter passou por uma reformulação de marca após a aquisição por Musk em 2022, que culminou na troca de nome de Twitter por X. Musk sempre teve a ambição de transformá-lo no “Aplicativo de Tudo”, como a ex-CEO Linda Yaccarino deixou claro em sua carta de despedida.
Enquanto o Twitter passou pelo escândalo conhecido como “Twitter Files” após a aquisição, Musk se vendeu como um defensor da “liberdade de expressão”. Esse discurso gerou alguns frutos, incluindo uma série de mudanças na plataforma em prol de mais liberdade de expressão; isso deu uma nova chance à milhares de usuários que tiveram suas contas suspensas pela administração anterior, chefiada por Jack Dorsey, que constantemente era acusada de censura. No entanto, o primeiro relatório de transparência da empresa desde a aquisição revelou um aumento na suspensão de contas na plataforma. O X suspendeu mais contas e atendeu a 20% mais ordens legais para remover ou reter conteúdo de usuários que a administração anterior. No Brasil, a plataforma sofreu censura estatal após recusar algumas das ordens de censura do Supremo Tribunal Federal (STF) do Brasil. Mas, mesmo depois de Musk ter denunciado essas ordens como ilegais, argumentando que violam à Constituição Federal do país, sua empresa recuou e passou a atender os pedidos de censura do tribunal.
Antes da saída de Yaccarino, um dos grandes movimentos da X foi em março quando Musk anunciou que sua empresa de inteligência artificial, a xAI, adquiriu o X em uma transação avaliada em US$ 33 bilhões.