O 97º Oscar acontece neste domingo, 2 de março de 2025, numa corrida imprevisível que vê três grandes favoritos: “Anora”, “Conclave” e “O Brutalista”. O musical “Emília Perez” entrou com o maior número de indicações, 13 acenos, e por um tempo era o grande favorito aos principais prêmios, mas depois de muita polêmica é improvável que saia como o maior vitorioso da noite.
Veja abaixo atualização em tempo real de tudo que acontece no Oscar 2025:
“Anora” ganha Oscar de Melhor Filme
“Anora”, uma comédia dramática sobre uma trabalhadora do sexo que se casa com o filho mimado de um oligarca russo, triunfou na 97ª edição do Oscar no domingo, ganhando cinco Oscars, incluindo o prêmio de melhor filme.
“Anora” é o grande vencedor do Oscar 2025 com 5 vitórias, seguido por “O Brutalista” com 3
“Anora” foi o maior vencedor do Oscar 2025, ganhando em cinco categorias – Melhor Filme, Direção, Edição, Roteiro Original e Atriz. O longa despontou como favorito em meio à uma tumultuada temporada de premiações, que viu os favoritos “Emília Perez” (que liderava as indicações com 13 acenos) e “O Brutalista” perderem a corrida por polêmicas de tuítes “ofensivos” e uso de IA na produção.
“O Brutalista” vem logo em seguida com três vitórias: Melhor Ator (para a performance de Adrien Brody), Trilha Sonora e Cinematografia. “Emília Perez”, por sua vez, saiu com apenas dois discretos Oscar, apesar do maior número de indicação de todos: o musical francês ganhou como Melhor Atriz Coadjuvante (para a performance e Zoë Saldaña) e Canção Original (“El Mal”).
Os sucessos de bilheteria que receberam indicações ao Oscar, como “Duna: Parte Dois” e “Wicked”, só ganharam em categorias técnicas.
Sean Baker faz história no Oscar com 4 vitórias de ‘Anora’
O diretor de “Anora”, Sean Baker, se tornou a primeira pessoa a ganhar quatro Oscars no mesmo ano pelo mesmo filme. Durante o Oscar 2025, o cineasta e seu longa levaram os prêmios de Melhor Filme, Direção, Edição e Roteiro Original. Com as vitórias, Baker se torna a única pessoa a ganhar quatro Oscar numa mesma noite por um filme.
Walt Disney também ganhou quatro Oscars numa mesma noite em 1953, porém foi por quatro filmes diferentes. O diretor Bong Joon Ho chegou perto do recorde de Baker em 2020 com “Parasita”, que ganhou Oscars de melhor filme, diretor, roteiro original e filme internacional. Mas como o Oscar de filme internacional tecnicamente vai para o país, Bong ganhou três Oscars em vez de quatro, com o Oscar indo para a Coreia do Sul.
Este não é o primeiro filme de Baker a chegar ao Oscar, já que Willem Dafoe foi indicado por seu papel coadjuvante em “The Florida Project”. No entanto, “Anora” marcou a primeira vez que o próprio Baker foi indicado por seu trabalho como escritor ou diretor.
“Anora” também levou outro Oscar, já que Mikey Madison ganhou o prêmio de Melhor Atriz, superando a favorita Demi Moore, por “A Substância”.
Mikey Madison ganha Oscar de Melhor Atriz por “Anora”
Mikey Madison ganhou o Oscar de Melhor Atriz por “Anora”, superando o favoritismo de Demi Moore por “A Substância”.
Uma Madison chocada subiu ao palco e disse em seu discurso de aceitação: “Eu cresci em Los Angeles, mas Hollywood sempre pareceu tão distante de mim, então estar aqui, de pé nesta sala hoje, é realmente incrível.” Ela continuou prometendo seu apoio à comunidade de trabalhadoras do sexo, chamando a si mesma de “uma aliada”.
Adrien Brody vence o Oscar por “O Brutalista” e pede para cortar a música para que ele possa terminar o discurso: “Já fiz isso antes”

Adrien Brody ganhou o Oscar de Melhor Ator por seu papel em “O Brutalista”; este é o segundo Oscar do ator na categoria, tendo ganho em 2003 por “O Pianista”. Ele superou nomes como Timothée Chalamet (“A Complete Unknown”), Colman Domingo (“Sing Sing”), Ralph Fiennes (“Conclave”) e Sebastian Stan (“O Aprendiz”) na disputa pela estatueta.
Ao subir no palco para receber o troféu, Brody cuspiu o chiclete na mão e jogou para sua parceira, Georgina Chapman. Perto do final de seu longo e apaixonado discurso, uma música começou a tocar o pressionando para encerrar seu discurso. “Estou encerrando, por favor, desligue a música”, disse Brody. “Já fiz isso antes. Obrigado. Não é meu primeiro rodeio, mas serei breve.”
Em 2003, Brody se tornou a pessoa mais jovem a ganhar o prêmio, aos 29 anos, por seu papel principal em “O Pianista”. Se Chalamet tivesse vencido, ele teria batido o recorde de Brody por oito meses.
“Anora” ganha Oscar de Melhor Roteiro Original

“Anora” ganhou o Oscar de Melhor Roteiro Original. O cineasta Sean Baker, também responsável pela escrita do filme, subiu ao palco e recebeu o prêmio de Melhor Roteiro Original das mãos da apresentadora Amy Poehler . “Isso é loucura. Obrigado à Academia, muito obrigado por essa honra”, o cineasta começou seu humilde discurso de aceitação. Baker elogiou seu “elenco incrível, incrível”, acrescentando: “Vocês elevaram tudo o que escrevi e me fizeram parecer muito bem”.
Ele também agradeceu à comunidade de profissionais do sexo que o ajudou a construir “Anora”. “Elas compartilharam suas histórias, elas compartilharam suas experiências de vida comigo ao longo dos anos”, disse Baker. “Meu mais profundo respeito. Obrigado. Eu compartilho isso com vocês.”
Zoë Saldaña ganha o Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante
Zoë Saldaña manteve o favoritismo e levou o Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante por seu papel como advogada de um líder de um cartel mexicano em “Emilia Pérez”. Saldaña também levou para casa o prêmio SAG de atriz coadjuvante por “Emilia Pérez”, bem como um prêmio BAFTA, Globo de Ouro e Critics Choice.
Em seu discurso de aceitação Saldaña prestou homenagem ao elenco e à sua própria linhagem. “Obrigada à Academia, por reconhecer o heroísmo silencioso e o poder em uma mulher como Rita, e falar sobre mulheres poderosas”, disse ela.
Saldaña então falou emocionada sobre sua família e sua avó, chorando durante seu discurso. “Minha avó veio para este país em 1961 — sou uma filha orgulhosa de pais imigrantes”, disse ela. “Com sonhos, dignidade e mãos trabalhadoras, e sou a primeira americana de origem dominicana a receber um Oscar, e sei que não serei a última. Espero. O fato de estar recebendo um prêmio por um papel em que pude cantar e falar em espanhol — minha avó, se estivesse aqui, ficaria muito feliz, isso é para minha avó.”
“Flow” ganha o Oscar de Melhor Filme de Animação

Deu zebra (ou um gato preto, neste caso). “Flow” ganhou o Oscar de Melhor Filme de Animação, desbancando títulos como “Robô Selvagem” e “Divertida Mente 2” (que é a animação de maior bilheteria da história). Esta é a primeira vitória de um filme da Letônia no Oscar; o longa ainda concorre na categoria de Melhor Filme Internacional.
“Estou realmente comovido com a recepção calorosa que nosso filme teve, e espero que vocês abram portas para cineastas de animação independentes ao redor do mundo”, disse o cineasta por trás de “Flow”, Gints Zibalodis, aceitando o prêmio. “Esta é a primeira vez que um filme da Letônia é indicado. Então, isso realmente significa muito para nós e esperamos voltar em breve.”
Também concorriam “Wallace & Gromit: A Vegegança” e “Memoir of a Snail”.
“Flow” faz história como primeiro Oscar da Letônia
“Flow” fez história ao ganhar o Oscar de Melhor Filme de Animação, já que marcou a primeira vitória de uma produção da Letônia nos 97 anos de história da premiação.
Kieran Culkin ganha o Oscar de Melhor Ator Coadjuvante por “A Verdadeira Dor” e cobra sua esposa da promessa de ter mais filho caso ele ganhasse o prêmio

Kieran Culkin ganhou o Oscar de melhor ator coadjuvante por sua atuação em “A Verdadeira Dor”.
Em seu discurso de aceitação, ele lembrou sua esposa Jazz Charton da promessa dela (feita após ele ganhar o Emmy de 2024 por “Succession”) de que caso ele ganhasse um Oscar daria à ele um quarto filho. “Depois do show, estávamos andando por um estacionamento… e ela disse, ‘Oh, Deus, eu disse isso!’”, disse Culkin. “’Acho que te devo um terceiro filho.’ E eu me virei para ela e disse, ‘Sério, eu quero quatro.’ Ela se virou para mim — juro por Deus, isso aconteceu há pouco mais de um ano — ela disse, ‘Eu te darei quatro quando você ganhar um Oscar.’”
“Ainda Estou Aqui” leva Oscar de Filme Internacional
Graças à Karla Sofía Gascón por acabar com as chances de “Emília Perez”.
“Ainda Estou Aqui” ganhou o Oscar de melhor longa-metragem internacional, marcando a primeira e única vitória do Brasil na premiação da indústria cinematográfica. O filme superou “Emilia Perez” da França, “A Semente do Figo Sagrado” da Alemanha, “A Menina com a Agulha” da Dinamarca e “Flow” da Letônia.
Em seu discurso de aceitação, o cineasta Walter Salles disse: “Estou muito honrado em receber isso, e em um grupo tão extraordinário de cineastas”, disse. “Isso vai para uma mulher que, após uma perda sofrida durante um regime autoritário, decidiu não se curvar. E resistir. Então, esse prêmio vai para ela. E vai para as duas mulheres extraordinárias que lhe deram vida, Fernanda Torres e Fernanda Montenegro.”
Salles, que havia sido indicado ao Oscar anteriormente em 1998 por “Central do Brasil”, é herdeiro do Itaú Unibanco, sendo um dos brasileiros mais ricos, com fortuna estimada em R$ 26 bilhões, de acordo com a Forbes.
O Brasil inscreve filmes na categoria de longa-metragem internacional todos os anos desde 1960, tendo conquistado cinco indicações anteriores: “O Guardião das Promessas” (1962), “O Quatrilho” (1995), “Quatro Dias em Setembro” (1997), “Central do Brasil” (1998) e agora, “Ainda Estou Aqui”.
“Duna 2” ganha Oscar de Melhores Efeitos Visuais
Confirmando o favoritismo, “Duna: Parte II” ganhou o Oscar de Melhores Efeitos Visuais. O longa de Dennis Villeneuve superou títulos como “O Reino do Planeta dos Macacos”, “Better Man”, “Alien: Romulus” e o musical “Wicked”. Paul Lambert, Stephen James, Rhys Salcombe e Gerd Nefzer foram os responsáveis pelos VSX do filme e receberam o prêmio.
Apresentador do Oscar zoa filme brasileiro “Ainda Estou Aqui”
Em seu monólogo de abertura no Oscar 2025, o apresentador Conan O’Brien zombou dos filmes e estrelas indicados à premiação e o filme brasileiro, “Ainda Estou Aqui” (do cineasta herdeiro do Itaú Unibanco, Walter Salles), não foi poupado: “Outro filme indicado é ‘Ainda Estou Aqui’. Filme incrível. É sobre uma mulher que segue em frente sozinha depois que seu marido desaparece. Quando minha esposa viu, ela o chamou de ‘filme agradável do ano’”, disparou ele para a risada dos presentes.
Conan O’Brien brinca com polêmica de Karla Sofía Gascón em monólogo do Oscar: “Se você vai tuitar sobre o Oscar, meu nome é Jimmy Kimmel”
Conan O’Brien deu início ao Oscar com um monólogo no qual zombou dos filmes e estrelas indicados. O apresentador então abordou o elefante na sala: a polêmica que surgiu sobre as postagens ofensivas nas redes sociais da estrela de “Emilia Pérez”, Karla Sofía Gascón. “Um pequeno fato para você: ‘Anora’ usa palavrão 479 vezes”, disse O’Brien. “São três a mais do que o recorde estabelecido pelo publicitário de Karla Sofía Gascón.” O’Brien então aumentou o tom de sua voz para imitar as repetições de Gascón — “Você tuitou O QUÊ?!”. A câmera então cortou para Gascón, que parecia estar na brincadeira, fazendo mãos em oração. “Karla, se você vai tuitar sobre o Oscar, lembre-se, meu nome é Jimmy Kimmel”, O’Brien brincou.