O proprietário do X (antigo Twitter), Elon Musk, afirmou que a empresa publicará uma “longa lista de crimes” cometidos pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, acusando-o de violar as leis brasileiras. Musk classificou Moraes como “um ditador e uma fraude, não um juiz”.
“Começaremos a publicar longa lista de crimes de Alexandre [de Moraes], juntamente com as leis brasileiras específicas que ele violou amanhã. Obviamente, ele não precisa obedecer às leis dos EUA, mas precisa obedecer às leis do seu próprio país”, escreveu Musk no X. “Ele é um ditador e uma fraude, não um juiz.”
Em outra publicação, Musk afirmou: “O povo brasileiro saberá de seus crimes [Alexandre de Moraes], não importa o quanto ele tente impedir isso”.

X havia emitido uma declaração criticando as “ordens ilegais” de Moraes para censurar seus opositores políticos, as últimas vítimas sendo de um senador eleito e uma jovem de 16 anos. A empresa afirmou que não cumpriria tais ordens e que nos próximos dias publicaria “todas as exigências ilegais do Ministro e todos os documentos judiciais relacionados, para fins de transparência”.
X está fora do ar no Brasil pelo STF

Desde a madrugada deste sábado, 31 de agosto, o X está indisponível em diversos locais do Brasil, após ordem de banimento do STF. Essa medida coloca o país em uma lista de nações, como China, Coreia do Norte, Irã, Turcomenistão, Rússia e Mianmar – alguns dos quais não considerados democracias.
Além do bloqueio, foi estabelecida uma multa de R$ 50 mil por dia para qualquer pessoa que utilize o X por meio de Virtual Private Network (VPN) – algo raro mesmo em países ditatoriais.
A decisão de banir o X partiu de um único ministro do STF com histórico de medidas controversas. Antes do X, Moraes perseguiu a plataforma de vídeos Rumble até que ela encerrasse seus negócios no país. O Telegram também foi alvo de ameaças de banimento e censura por parte de Moraes.
O caso chama atenção pelo fato de um único indivíduo proibir o acesso a um serviço utilizado por dezenas de milhões de brasileiros. Especialistas questionaram a validade da “intimação” feita por Moraes ao X e a Musk por meio da plataforma que pretendia banir, argumentando que essa ação é atípica e ilegal. A plataforma chegou a fechar sua sede no Brasil para proteger seus funcionários.
Moraes também determinou o bloqueio das contas da Starlink no Brasil para que uma outra empresa arque o pagamento de multas impostas pelo STF ao X. Embora Elon Musk seja o maior acionista da Starlink, com 42% das ações, os demais acionistas não têm relação com o X.


