A Apple afirmou que atrasará o lançamento de alguns de seus principais recursos de inteligência artificial (IA) na União Europeia (UE) este ano, citando preocupações com as regras do Digital Markets Act (DMA).
A empresa disse a Bloomberg que bloqueará a introdução do Apple Intelligence, iPhone Mirroring no Mac e SharePlay Screen Sharing na UE em 2024, alegando – sem fornecer detalhes – que os requisitos de interoperabilidade do DMA poderiam “comprometer a integridade de nossos produtos de maneiras que coloquem em risco a privacidade do usuário e a segurança dos dados”.
A Apple, no entanto, não forneceu detalhes sobre como exatamente os regulamentos do DMA poderiam levar a esses riscos. Essa não é a primeira vez que a empresa culpa regulamentações após limitar recursos para usuários europeus.
No início deste ano, a Apple afirmou que removeria a capacidade de adicionar aplicativos da web na tela inicial na Europa devido às regras do DMA, embora tenha posteriormente recuado, citando “solicitações” que recebeu. O Google também já removeu aplicativos de terceiros e mostradores de relógio de dispositivos europeus, justificando a medida com “novos requisitos regulatórios”.
O DMA, aprovado em 2022, impede que big techs usem práticas “anticompetitivas”, como favorecimento de seus próprios serviços, bloqueio de dados de clientes e falta de transparência sobre o uso de dados para fins publicitários.
Essa não é a primeira vez que a Apple enfrenta problemas com as regulamentações da UE. O Engadget informa que a Comissão Europeia abriu formalmente uma investigação contra a empresa em março e, segundo informações, planeja acusá-la nas próximas semanas por supostas violações do DMA. Além disso, a Apple já foi multada em € 1,8 bilhão no início deste ano por impedir que desenvolvedores de aplicativos informassem usuários do iOS sobre planos de assinatura de música mais baratos fora de seu ecossistema.
Independentemente dos motivos que levam a Apple a reter recursos na UE, a falta de explicações detalhadas sobre suas preocupações de privacidade e segurança levanta questionamentos sobre a real motivação por trás dessa decisão.


